Cálculos renais? Você não está sozinho!!!
Cálculo renal, pedra nos rins, nefrolitiase e litíase renal são alguns dos sinônimos para esta condição que atinge cerca de 18 milhões de brasileiros. A maioria das pessoas que possui cálculos renais é assintomática, mas carrega uma “pequena bomba” em seu organismo que pode a qualquer momento explodir e causar uma das piores dores experimentadas pelo ser humano, a cólica renal.
Dados do Inquerito Nacional de Saúde realizado pelo NHANES (National Health and Nutrition Examination Survey) braço do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) do governo norte americano notou um aumento na prevalência de cálculos renais. No período 2007-2010 foi de 8,8%, com maior prevalência entre os homens (10,6%) do que entre as mulheres (7,1%), Esta prevalência representa um aumento de 70% em relação à última prevalência relatada (5,2%) derivada de uma amostra NHANES (1988-1994) e o aumento da prevalência foi observado em todas as faixas etárias e em ambos os sexos.
Esse aumento foi associado principalmente a mudança dos hábitos alimentares nas últimas décadas e a litíase se associou fortemente a outras doenças como Obesidade, Diabetes e Hipertensão.
Diferente de outras doenças como apendicite ou pedras na vesícula biliar que após tratada cirurgicamente são curadas as pedras nos rins ocorrem de forma repetida e intermitente. Quem apresentou um episódio sintomático de pedra nos rins, tem 50% de chance de apresentar cálculos urinários novamente.
Com o aumento da prevalência da litíase urinária, o custo associado ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de indivíduos com pedras também aumentou. Usando dados de reivindicações de 25 grandes empregadores dos Estados Unidos como parte do projeto Urologic Disease in America, os pesquisadores estimaram que o aumento do custo por indivíduo com diagnóstico de cálculo renal no ano de 2000 foi de US $ 3.494.
Além disso, uma vez que afeta principalmente a população em idade de economicamente ativa, os custos totais diretos e indiretos associados à nefrolitíase, levando em consideração o custo dos dias de trabalho perdidos, foram estimados em US $ 5,3 bilhões naquele ano
Apesar da grande prevalência na população mundial, e do prejuízo não há um empenho da indústria farmacêutica na prevenção da litíase renal, bem como dos profissionais de saúde que atendem ou acompanham estes pacientes. Em seu último documento sobre o tratamento e acompanhamento dos pacientes com litíase renal a Associação Americana de Urologia encontra evidência que alterações na dieta, ingesta hídrica adequada, além do uso de medicamentos pode reduzir o aparecimento de pedras em pessoas susceptíveis a esta patologia.
Muitos pacientes nunca veem um urologista, a maioria nunca vê um nefrologista e poucos são avaliados e aconselhados pessoalmente sobre regimes individualizados para abordar a prevenção de pedra. Junto com o potencial para prevenir e aliviar o sofrimento humano, há amplos motivos para acreditar que a pesquisa de prevenção de cálculos renais também poderia ter impacto econômico.
A Associação Americana de Urologia recomenda que as medidas sejam individualizadas de acordo com a investigação de cada paciente, que pode ter uma causa específica para a frequente formação dos cálculos, porém medidas gerais como aumento da ingesta hídrica, cuidado na ingestão de cloreto de sódio (sal de cozinha) e uma alimentação saudável podem trazer benefício para todos os formadores de cálculo.
Para você que tem cálculos com frequência, ou mesmo que apresentou cálculo apenas uma vez, fica a dica:
- Beba muito líquido (o suficiente para urinar cerca de 2,5 litros por dia)
- Evite refrigerantes
- Reduza o consumo de cloreto de sódio
- Procure um urologista ou nefrologista para proceder a investigação e tratamento das causas que levam a formação de cálculos.
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Fontes utilizadas:
http://www.auanet.org/guidelines/medical-management-of-kidney-stones-(2014)
https://www.cdc.gov/nchs/nhanes/index.htm